Brunello, Barolo e Barbaresco: as diferenças dos três vinhos italianos

Potentes, elegantes e complexos, esses vinhos fazem a fama da enologia italiana no mundo. Conhecidos como os três “Bs” da enologia italiana, Brunello, Baro...

Brunello, Barolo e Barbaresco: as diferenças dos três vinhos italianos
Brunello, Barolo e Barbaresco: as diferenças dos três vinhos italianos (Foto: Reprodução)

Potentes, elegantes e complexos, esses vinhos fazem a fama da enologia italiana no mundo. Conhecidos como os três “Bs” da enologia italiana, Brunello, Barolo e Barbaresco estão entre os grandes rótulos do país da Bota. Opulentos, potentes, elegantes e complexos, são vinhos elaborados com as melhores uvas dos respectivos terroirs, com longo amadurecimento em barrica. Mas esses três tintos são também muito diferentes entre si. O Brunello é produzido na cidade de Montalcino, no sul da Toscana, centro da Itália, a partir da uva tinta Sangiovese. Já Barolo e Barbaresco são elaborados no Piemonte, no noroeste do país, com a uva Nebbiolo, o que faz com que esses dois últimos guardem algumas semelhanças. Vamos mergulhar nas diferenças entre Brunello, Barolo e Barbaresco para você saber escolher seu próximo vinho italiano sem medo de errar. Brunello di Montalcino Ao lado do Chianti, o Brunello é o vinho mais reverenciado da Toscana. Ambos são elaborados com a uva Sangiovese, embora os Chianti possam levar ainda pequenas porcentagens de outras uvas na composição. Brunello (belo moreno, em italiano), de fato, é um clone da uva Sangiovese conhecido também como Sangiovese Grosso, que é assim chamada na região de Montalcino. Montalcino é uma aldeia medieval murada, construída no topo de uma colina, na província de Siena e a cerca de uma hora de carro ao sul do Chianti Classico. É uma região mais quente que o Chianti e por isso os rótulos tendem a ser mais encorpados. Os melhores vinhedos ficam nas encostas das colinas voltadas para o sul. O Brunello é um vinho exuberante com aromas e sabores complexos de amoras pretas, cereja e framboesas, chocolate, violeta e couro. Por lei, precisa amadurecer em barrica por pelo menos quatro anos, sendo cinco anos para os Riserva. São vinhos longevos com potencial para evoluir por décadas. Estruturados, potentes e com taninos firmes, os Brunellos são vinhos gastronômicos que harmonizam à perfeição com carnes grelhadas, como a tradicional Bisteca à Fiorentina, além de assados e queijos maduros. Um grande rótulo dessa região que não pode faltar na sua adega é o Brunello di Montalcino DOCG Cantina Camigliano, que apresenta aroma de frutas escuras e notas de couro, chocolate e tabaco. Em boca, é encorpado, possui acidez pungente, taninos macios e bem estruturados e final longo e complexo. Barolo Barolo é um vinho tinto assim chamado por causa da microrregião onde é produzido, nas colinas do Langhe (Piemonte) numa área formada por 11 pequenos municípios, entre eles a aldeia de Barolo. É um vinho que envelhece pelo menos 36 meses, sendo 18 em barricas. Até os anos 1980, o Barolo era um vinho difícil e temperamental, que precisava de muitos anos de amadurecimento para que seus taninos fossem domados. Mas a revolução modernista liderada por um grupo de produtores chamados de Barolo Boys mudou o jogo: esses jovens enólogos abandonaram as grandes pipas e, no modelo de Bordeaux, passaram a usar pequenas barricas de carvalho para o amadurecimento do vinho, junto com macerações mais curtas. Hoje em dia, essa divisão entre tradicionalistas e modernistas não é mais tão clara como no passado, já que muitas vinícolas usam barris de vários tamanhos, novas e usadas. O que é certo é que os Barolos atuais são vinhos mais redondos e macios que já chegam ao mercado prontos para serem bebidos. Um exemplo é o Truffle Hunter Leda Barolo DOCG, um vinho muito complexo, de aromas florais com notas apimentadas, leve alcaçuz, além de sugestões a tabaco, couro e alcatrão. Em boca, é encorpado, intenso e com taninos sedosos. Outro rótulo espetacular é o Barolo DOCG Palás da premiada vinícola Michele Chiarlo. Apresenta aromas etéreos muito complexos, com notas balsâmicas. Em boca, é amplo, de excelente estrutura, taninos macios e final prolongado. Barbaresco Se o Barolo é conhecido como rei dos vinhos do Piemonte, o Barbaresco é a rainha. Assim chamado por causa da microrregião de Barbaresco, constituída por quatro município e localizada próxima de Barolo, o Barbaresco é comumente descrito como gracioso e possuidor de uma força que afaga, segundo Karen MacNeil, em A Bíblia do Vinho. Já o Barolo é mais robusto, austero e mais “masculino”. O volume de produção do Barbaresco é inferior ao do Barolo que, por se estender numa área maior, oferece estilos e qualidade mais variados que o Barbaresco. Experimente o Truffle Hunter Leda Barbaresco DOCG, com seus complexos aromas de frutas escuras. Em boca, destacam-se os sabores de groselha e cerejas e um longo final que lembra chocolate. Vinho intenso, com taninos macios. Ou ainda o Barbaresco DOCG Palás, que apresenta aromas complexos de frutos vermelhos, pimenta-verde e especiarias finas. Em boca, apresenta excelente equilíbrio, agradável textura e taninos finos e sedosos. BEBA MENOS, BEBA MELHOR.